Hoje, dia 31 de agosto, véspera do Centenário do Corinthians, poderemos presenciar a consagração de um brilhante case de marketing eleitoral, protagonizado por um dos maiores homens de marketing da política moderna.
O homem que criou um personagem fantástico, com a "cara" e os sentimentos do seu público-alvo. Um personagem com conteúdo marca e bandeira.
O case começou a ser montado três anos atrás, quando o Brasil foi escolhido pela FIFA para sediar a Copa do Mundo de 2014. Um trabalho muito bem afinado entre o governo federal e a CBF, contando com a presença e apoio de vários ministros.
O segundo passo foi a colocação de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, como chefe da delegação brasileira que foi a Copa do Mundo na África. Contatos, aproximações e acordos disponibilizados pela sua presença nos bastidores do mundial.
Com a desqualificação do estádio do São Paulo como sede para receber a partida inaugural da Copa de 2014, após uma série de alegações e desencontros mal esclarecidos, "surge" a chamada oportunidade de mercado. Mas ela não poderia ser tomada de imediato. Como em todo bom filme de suspense, era necessário deixar a platéia quase sem esperanças, achando que o mocinho iria sucumbir nas garras do bandido, para que só aí surgisse a ajuda inesperada.
Como São Paulo, o maior estado da federação, poderia ficar fora da Copa?
O governo estadual e a prefeitura - ambos da oposição - se colocam contra a colocação de dinheiro público na construção de um estádio privado. Os possíveis investidores não demonstraram interesse.
Estaria São Paulo irremediávelmente alijado da Copa?
E nesse instante que surge a cavalaria.
O Corinthians coloca a serviço de São Paulo o seu futuro estádio, a ser construído em tempo recorde.
A construção a cargo da Odebrecht, uma das maiores construtoras brasileira, com estreita participação nas maiores obras do governo federal. Custo da obra para um público de 48.000 - R$ 300 milhões. Para complementar os 75.000 lugares exigidos pela organização do mundial, o Corinthians poderá contar com a suplementação de verba vinda da própria FIFA, a mesma que vetou o estádio do Morumbi.
Tudo pronto, só faltava chamar o presidente para a festa, que por um problema de agenda presidencial deve de ser antecipada em um dia.
Por isso hoje, provavelmente vestindo a camisa alvinegra, Lula mais uma vez será o salvador do povo. Entregará a São Paulo e a sua maior torcida, uma das duas maiores torcidas brasileiras, o sonho da casa própria - seu estádio - que ainda levará como bônus a efetivação como sede da Copa.
Lula receberá do Corinthians o título de Torcedor Símbolo do Centenário e do Clube dos 13 o de Chanceler Honorário do Futebol Brasileiro.
Não será nenhuma surpresa se o próprio Mercadante, santista de carteirinha, aproveitar toda essa "comoção corintiana".
Um case que ainda rendera frutos daqui a quatro anos, quando estaremos bem próximos das tratativas da próxima eleição presidencial
Tudo isso dentro do reduto tucano, que só terá como opção aplaudir e ouvir o povo gritar: Lula é da Fiel!
terça-feira, 31 de agosto de 2010
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