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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O chamado latifúndio indígena

"Os índios são os verdadeiros donos da terra!"
Quantas vezes, desde os tempos da escola, você já ouviu essa frase?
Talvez dezenas, centenas, milhares de vezes.
Após a conclusão dos processos demarcatórios das terras indígenas, essa frase nunca fez tanto sentido.
Ao final de todas as devidas documentações, assinaturas e normatizações, o governo federal terá entregado a propriedade de 8,9 milhões de hectares de terras aos povos índios do Brasil.
Isso equivale a 13% de todo o território nacional, ou seja, dos nossos 8.515.692 km²,
1.107.039 km² serão propriedades dos nossos 817.000 índios, população aferida pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Assim, cada índio brasileiro será proprietário de 1,35 km².
Descontando-se da população total brasileira - 192 milhões de habitantes - os 817 mil índios e, do total do território nacional - 8,5 milhões de km²- os 1,1 milhão de km² destinado a eles,chega-se a conclusão que cada um de nós terá direito a 0,038 km²prá chamar de seu.
Ainda no sentido das comparações, na área entregue aos índios caberia com conforto a Espanha com seus 46 milhões de habitante e 504.030 km² e mais a França e seus 65 milhões de habitantes e 543.956 km².
A Espanha possui uma densidade populacional de 90 habitantes/km², a França 115 habitantes/km². Enquanto a média brasileira é de 22 habitantes/km², na região indígena ela cairia para 0,73 habitantes/km².
Uma tremenda solidão, não é?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A Amazonia. Custer ou Villas Boas?

Antes de tudo, quero deixar bem claro que sou absolutamente a favor do projeto Movimento Gota Água - www.movimentogotadaagua.com.br. Não só por achar que o projeto Belmonte e seus filhotes amazônicos não foram suficientemente debatidos em todos os espectros da população brasileira, para que todos soubessem os riscos, consequencias e resultados, ou até mesmo as alternativas possíveis, como, o que é o pior, por não acreditar que Belmonte atinja o resultado que se espera. Refiro-me a questão da geração de energia, claro, porque sob a ótica das grandes empreiteiras e políticos intermediários, o sucesso será total.
Mas confesso que o que me deixou muito incomodado, foi assistir a reportagem feita por Allison Langdon para o 60 Minutes (sixtyminutes.nineemsn.com.au), que evidenciou o destino que as autoridades brasileiras dariam aos nossos índios que habitam na região a ser afetada pelas usinas.
Levar um "puxão de orelhas" dos Estados Unidos, como sempre transvestido de defensores dos oprimidos, é o fim!
Um país que gerou um General Custer, reconhecidamente um dos maiores dizimadores da população indígena dos EUA, não tem cacife para dar lição de moral em um país que gerou os irmãos Villas Boas.
Mas vamos á luta! Vamos defender a integridade da Amazônia e toda a sua biodiversidade. Não apenas pelos índios que lá habitam, mas também por todos nós, das grandes metrópoles ou não. Sem a preservação de nossas florestas e rios, o fim chegará para todos.