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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

E agora, José?

E agora, José?

O dia acabou, a noite chegou, a conta "contou" e você não ganhou.

E agora José?

Lamber as feridas, buscar culpados, recolher-se ao anonimato provisório ou lançar as bases de uma nova oposição.

Uma oposição que durante oito anos pouco ou nada fez, constrangida talvez pela enorme popularidade do presidente Lula.

Para os que atribuem todo o sucesso dele, a imensa sorte do Brasil ter se tornado a "bola da vez" aproveitando de todos os desequilíbrios da economia mundial, para posar de grande estadista, fica aqui um pensamento de arquibancada, tão ao gosto do nosso presidente - perguntem a qualquer torcedor se eles preferem ter como atacante do seu time, um centroavante grosso mais com muita sorte ou um craque azarado?

O "até logo" do Serra, que para muitos pode soar como um chamado ao combate deverá ampliar o dissimulado "racha" que já começa aparecer nas fileiras do PSDB.

Quais devem ser as armas da oposição?

O fato de Dilma ter obtido 56 milhões de votos, tem como contraponto os 44 milhões que não queriam ela como presidente.

A oposição terá o comando de 10 estados brasileiros, entre os quais o de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, que sozinhos representam mais da metade do PIB nacional.

Dilma terá como fiel da balança, mais uma vez, o voraz PMDB, que já tem a lhe morder os calcanhares o PSB, que conquistou espaços importantes nessa eleição.

Dilma precisará adotar medidas de contenção de gastos duras logo no início do seu governo, para conseguir manter as rédeas da economia, isso sem contar as inúmeras batalhas internacionais a serem travadas. A ela, com certeza fará falta o carisma e a popularidade do seu antecessor.

Mas, como bons brasileiros que somos - não é José?- só nos resta torcer para que a nossa nova centroavante, consciente das suas limitações, procure estar sempre bem colocada na área, aguardando a bola certa que irá nos dar a vitória no campeonato.