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terça-feira, 8 de junho de 2010

A luneta da economia

Após a Grécia, antes mesmo da Espanha e Portugal, parece ser a Hungria a bola da vez.
O anúncio de mais uma dívida impagável, encoberta por balanços e demonstrações financeiras distorcidas, abala ainda mais o equilíbrio do frágil e desvalorizado euro e da Comunidade Comum Européia.
Os EUA tentam a todo custo retomar o rumo da sua economia, ante a perspectiva de anos de possível estagnação.
A China, o novo e poderoso motor da economia mundial, pisa no freio das taxas de crescimento, reduzindo drasticamente seus investimentos, com a iminência do estouro da sua bolha imobiliária.
Os sinais estão claros, a crise mundial não atravessou ainda o seu pior momento. Muitas batalhas ainda serão travadas antes do fim dessa guerra. Parece que só o governo brasileiro ainda não conseguiu enxergar isso.
Sim, nossas reservas até aumentaram para U$ 250 bilhões – sem considerarmos o custo que isso significa para a nossa economia.
Sim, nosso mercado interno tem feito a economia girar – sem levarmos em conta a nossa incapacidade de atender todo o crescimento da demanda.
Sim, os investimentos externos tem se mantido estáveis – sem levarmos em conta que a grande maioria toma o caminho da Bolsa e não da produção.
Ah! O governo anunciou uma diminuição de R$ 10 bilhões no custeio da máquina administrativa e nos investimentos. Um corte na carne como se costuma dizer.
Alguém realmente acreditou nisso?
Para os que acreditaram, a frase do ministro da Educação – Fernando Haddad – “Não haverá cortes”, joga por terra qualquer esperança.
Para o ministro todos os cortes anunciados serão repostos por outras fontes de receita.
A gastança do governo federal com o grande aumento de arrecadação dos tributos da União, gerados pela economia interna aquecida, tem patrocínio garantido.
Considerando-se somente os doze últimos meses, os gastos do governo federal atingiram o mais alto índice já registrados - 18,6% do PIB. No último ano do governo Fernando Henrique, com todas as pressões do ano eleitoral, a taxa foi de 15% do PIB.
Pelo visto o único guardião para conter o aquecimento irresponsável da nossa economia será o Banco Central, utilizando a única arma disponível, o aumento das taxas de juros.
Assim, nosso governo federal continua olhando a situação mundial com a luneta invertida. Desse jeito, os problemas parecem muito mais distante do que realmente estão.

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