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quarta-feira, 24 de julho de 2013

O céu na terra ou a terra no céu?


Hoje o Papa Francisco esta em Aparecida do Norte, para a sua primeira aparição, como Papa, na
Casa da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.
Hoje milhares de fiéis em regozijo total estarão saudando a vinda de um homem que tem por missão dirigir o destino de milhões de católicos em todo o mundo.
Hoje a fé será o lenitivo para todas as dores e desesperanças de um povo tão sofrido.
Hoje a fé provocará o esquecimento momentâneo da falta de comida, da falta de saúde, de educação e transportes decentes.                                              
Hoje, talvez, até os manifestantes e suas justíssimas reivindicações resolvam guardar um silêncio respeitoso.
Hoje, até mesmo a música e o futebol,  duas das maiores paixões brasileiras, sejam colocadas de lado.
Quem sabe, talvez por tudo isso, Deus tenha resolvido discretamente chamar para o seu convívio, dois dos mais puros representantes dessas paixões.
Lá de cima, ao lado de Deus, recebendo as justas homenagens pela chegada, estão Djalma Santos e Dominguinhos.
Um colocava os adversários a “bailar” com a sua destreza absoluta na condução da bola, o outro, colocava todos nós para dançar os xotes, xaxados, baiões e forrós, dedilhados com maestria genial no seu teclado de marfim e ébano.
Alma e coração abraçados a dançar pelo salão da vida.                                                                                      

Um sanfoneiro e um boleiro. Um negro e um nordestino, amálgama justa e precisa na formação de um povo que tem por DNA a fé e a paixão pela vida.
Hoje, o mestre Dominguinhos está de volta para o seu aconchego, levando além da sua mala cheia de saudade, o amigo Djalma para reforçar o time do céu e  desfilar pelos campos de nuvens todo o seu talento.
O que tem tudo isso a ver com o Papa no Brasil?
Bom, isso eu não sei, mas uma coisa posso afirmar..
Hoje é dia de festa no céu.

 

 

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quarta-feira, 3 de julho de 2013

A voz das ruas e o plebiscito.



A presidenta Dilma Rousseff continua firme na sua tática de vamos fazer de conta, eu escuto o povo, eu estou seguindo seus anseios.
Enviar a Câmara e ao Senado uma proposta de convocação de um plebiscito que norteie uma possível reforma do sistema político brasileiro, além de não reconhecer o que se pede nas ruas, pode ser uma perigosa forma de conduzir uma situação... que já foi vigorosamente demonstrada como limite.
A presidenta sabe muito bem que em três ou quatro meses não é possível se montar um plebiscito, principalmente para que o povo exerça sua opção de voto em assuntos dos quais provavelmente, em sua grande maioria, não saiba nem do que se trata. Financiamento de campanhas eleitorais público ou privado, voto distrital ou misto, quando tempo deverá ser gasto para explicar para a população o que seja cada coisa? E qual é a verdadeira intenção?
Dilma Rousseff sabe que o problema real não está aí. O povo não foi às ruas para mudar o sistema político brasileiro, o povo foi às ruas para mudar o Político brasileiro. O povo foi às ruas para alijar da política governantes e políticos que tratam o bem comum como se fosse privado, o seu bem privado.
Foi às ruas por uma educação que ensine, por uma saúde que cure e não mate, foi às ruas por segurança e emprego, enfim, foi às ruas em busca do resgaste da sua dignidade.
Para o povo, o sistema político é o que menos importa. Como na piada, para o marido traído retirar o sofá da sala não resolve.
Um emprego digno, saúde e escola para os seus filhos e segurança para prosseguir com a sua vida, o fim da farra com o dinheiro público. Não é muito, é?
O país do Gerson transformando-se no país de todos. O Brasil deixando para trás o seu passado colonial, com alguns ficando com todas as riquezas e o povo vivendo a míngua.
O povo esta cansado de ver o pobre que rouba um pão para dar de comer a um filho passar anos preso, enquanto outros roubam milhões e desafiam os tribunais na mais clara demonstração de impunidade.
O povo brasileiro deu o seu basta.
Presidenta, essa é a grande oportunidade de fazer a mudança necessária para de fato colocar o Brasil no primeiro mundo. O povo irá apoiar quem agir com correção e verdade.
O aviso foi claro.
Presidenta, governadores e prefeitos, deputados e senadores o Brasil do futuro é hoje, é agora.
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terça-feira, 2 de julho de 2013

Uma lição para o jornalismo e um dia para não esquecer



 Brilhante o editorial do Ricardo Boechat, hoje no BandNews, sobre a cobertura da imprensa das
manifestações populares ocorridas ontem em mais de cem cidades brasileiras.
Enquanto 99% dos meios de comunicação davam destaque aos roubos e depredações, ele centrou seus comentários com precisão, deu destaque a verdadeira notícia, por trás de toda...s as manchetes, ao que realmente enche, ou, deveria encher de orgulho todos nós brasileiros.
Mais de um milhão de jovens brasileiros foram as ruas. Sim, aquela mesma juventude que costumávamos dizer que vivia reclusa em seu mundo digital.
Agora, fazendo uso das ferramentas desse poderosíssimo mundo digital, através das chamadas redes de relacionamento, convocaram o seu Salve Geral para dar um basta a toda essa canalhice e descaso dos nossos governantes para com a população e, principalmente, para com o que é público.
Milhões de pessoas tiveram suas vidas afetadas com vias interditadas que agravaram o já caótico transito das cidades? Sim, mas a escalada do custo de vida; transportes, educação e saúde padrão terceiro mundo não afetam também a vida dos brasileiros?
Depredações, arrombamento de lojas e arrastões, não acabam com o bem público e privado?  Sim, mas por acaso isso é inédito no dia a dia de cada um de nós?
A grande e absoluta maioria lá estava para defender os seus princípios, suas ideias. De forma pacífica, sem violência ou partidarismo.
O que todos pudemos ver pelas imagens das televisões foi pequenos agrupamentos de desordeiros e marginais, aproveitando da situação do momento  para fazer o que fazem no seu dia a dia, assaltar, roubar e depredar.
Querer usar essa minoria para desqualificar o movimento de centenas de milhares de pessoas é dar propositadamente as costas a verdadeira notícia, a informação real que está diante dos nossos olhos.
Todos nós sabemos que a desgraça rende e vende mais que o sucesso e a boa ventura.
Querer transformar um movimento legítimo, único e que com certeza mudara a pauta de muito governante por esse Brasil afora, em um movimento de inconsequentes e  baderneiros, é agir da mesma forma que os que lá estavam para roubar e destruir. Pior ainda, pois para aqueles que agiram assim, talvez fosse essa a única realidade conhecida.
Da mesma forma que os governantes, talvez tenha chegada a hora de uma boa parte da nossa imprensa refletir sobre a importância do seu trabalho.
Que esse dia 20 de junho de 2013 fique para sempre em nossas lembranças, em nossos corações.

quarta-feira, 12 de junho de 2013


A juventude está nas ruas.... 

Nada contra as manifestações da juventude brasileira saindo em passeatas pelas ruas das principais
capitais brasileiras. Ao contrário, a sensação que me passa é  que começamos a acordar, começamos a acreditar que está em nossas mãos a possibilidade de exigirmos um Estado mais justo, um Estado que respeite seu povo atendendo suas mais básicas necessidades: educação, saúde, trabalho e segurança.
O jovem tem por obrigação empunhar as suas bandeiras, sair as ruas e gritar a pleno pulmão suas reinvindicações, exigir providências imediatas que possam mudar rumo de tudo que se vê atualmente em nosso país; a corrupção, a insegurança, a escola que não educa, a saúde que não cura; o  completo descaramento de toda uma classe política e de governantes que só buscam seus interesses pessoais, que de tão acostumados com a apatia do nosso povo, já promovem as suas negociatas a luz do dia, a céu aberto, certos da impunidade que campeia pelos corredores dos tribunais, pelo casuísmos das leis e pelas artimanhas jurídicas.
O que precisa ser contido nas manifestações, sob pena de manchar toda a legalidade dos seus atos, é a baderna sem sentido e a depredação das coisas públicas.
Melhor que quebrar vidros e atear fogo em ônibus é entrar em cada um deles e convocar os trabalhadores que lá estão para aderirem as manifestações. Mostrar que lutam por uma melhoria que irá beneficiar principalmente as pessoas que lá estão.
Vamos tratar a doença pela sua causa não só cuidar das suas consequências e sintomas.
Se o transporte público é inadequado (e como!), e apesar de um serviço de péssima qualidade as passagens subiram, alguém permitiu, não é?
Se as verbas não chegam para melhor a educação e a saúde, é porque alguém desviou ou priorizou caminhos que não atendem as necessidades da população, não é?
Vamos gritar nas urnas, vamos denunciar todos os descalabros e maracutaias políticas, vamos cobrar e responsabilizar atitudes pelas redes sociais, vamos cercar não as terras dos camponeses, mas sim os castelos do poder. Vamos fazer ecoar pelos corredores dos homens que fazem as leis e dos que tem por obrigação fazer com que sejam cumpridas um sonoro e uníssono BASTA.
Assim, e só assim, as medidas necessárias para a cura começarão a ser adotadas.
Os jovens nas ruas não estão lutando pelo passado, lutam para ter um outro futuro.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Qual é o seu time?

No meu tempo de garoto, as únicas coisas que seguiam junto aos campos de futebol, além da paixão pela sua equipe, eram o radinho de pilha e o trocado para o sorvete ou amendoim. Não havia essa coisa deseparar torcidas. Corintianos, palmeirenses, são paulinos ou santistas, todos sentávamos juntos e a gozação era geral, fazia parte do divertimento comum.
Lembro-me que a primeira vez que vi a separação de torcidas foi em um jogo em Campinas. O jogo era entre a Ponte Preta e o Guarani e confesso que o fato me causou muita estranheza.
Não fazia sentido, era separar a brincadeira. Como poderia ir assistir um Palmeiras e Corinthians com meus amigos palmeirenses?
Cada um em um setor do estádio? O meu amigo, por ser palmeirense, havia se tornado meu “inimigo”?
Acredito que o futebol começou a perder um pouco da sua magia nesse momento.
O jogo, que sempre tivera como objetivo a diversão e o esporte, havia se transformado em uma guerra.
Perdia o esporte vencia a barbárie.
Os culpados?
Dirigentes, líderes de torcidas organizadas, o poder público que não fiscaliza e pune adequadamente, a polícia que não
revista o público com rigor, cardápio é extenso.
Os estádios não são divãs psiquiátricos, não são templos para exorcizar nossas frustrações pela miséria, pelo desemprego, pela falta de perspectivas oferecidas pelo país. Os jogadores não são gladiadores sanguinários, nem a torcida seu exército
particular.
Quem ganha e quem perde com tudo isso?
Enquanto não exigirmos ações definitivas somos nós.
Somos nós que perderemos nossos filhos nos estádios, nas casas noturnas sem segurança, nas drogas vendidas à céu aberto.
Vamos derrubar tudo para reconstruir o novo.
Palmeirenses e corintianos, flamenguistas e vascaínos, gremistas e colorados, uma verdadeira torcida organizada com
proposta de lutar por um objetivo maior, lutar pela vida.
Vou continuar torcendo. Disposto a vestir qualquer camisa que agasalhe a luta correta.
A luta que traga de volta para os estádios aquele garoto que eu fui, com o radinho de pilha e o troco do sorvete.



sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O discurso e os números




“Quando político é denunciado a cara dele sai noite e dia nos jornais. Vocês já viram banqueiros nos jornais? São eles que pagam as publicidades da mídia.”
A colocação feita pelo ex presidente Lula na conferência em Paris, carece, no mínimo, de dados, que uma simples pesquisa na internet poderia fornecer.
Uma coisa aprendi em todos esses anos trabalhando com jornalismo – ainda que na área comercial – uma informação para ser passada necessita de confirmação, de dados que a sustentem e comprovem.
Então vamos lá.
Segundo dados do Ibope Monitor, os bancos que mais investiram em publicidade em 2011 foram:

Caixa Econômica Federal R$ 1.092.777.000,00

Bradesco R$ 905.062.000,00

Itaú R$ 624.873.000,00

Banco do Brasil R$ 587.519.000,00

Somando-se bancos estatais e privados, a dupla do governo federal Caixa/Banco do Brasil investiu R$ 1.680.296.000,00 contra R$ 1.529.935.000,00 do Bradesco/Itaú, ou seja, uma diferença de mais de R$ 150 milhões a favor da dupla estatal, para a alegria dos setores comerciais dos veículos.
Quanto ao fato dos banqueiros nunca aparecerem nas páginas policiais dos jornais, as provas em contrários são inúmeras.
Magalhães Pinto do Banco Nacional, Calmon de Sá do Banco Econômico, Arthur Falk do Interunion, Salvatore Cacciola do Marka, Edemar Cid Ferreira do Banco Santos, Daniel Dantas do Opportunity e, até mesmo Silvio Santos, o todo poderoso de um dos maiores grupos de mídia brasileiros, teve a sua imagem inúmeras vezes exposta nas páginas de jornais, revistas e televisões.
Portanto, para se ter a notícia é necessário haver o fato. Claro, sem sermos ingênuos, é possível até “forjar” uma situação, mas com uma análise isenta e competente das provas, a verdade sempre surge.
Pelo visto, nesse imbróglio geral que tem sido apresentado a população brasileira, provas é o que não faltam.



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O quarto poder

Os inimigos do progresso brasileiro são “a mídia monopolizada e o Judiciário conservador” – Rui Falcão, presidente nacional do PT.
O tripé de uma democracia é formado pelo Executivo, Legislativo e Judiciário.
No caso brasileiro o Executivo é comandado por uma filiada do partido. O Legislativo (monopolizado) responde em 99% das situações de acordo com os interesses do PT (estou fazendo aqui uma reserva de 1% para uso em interesses pessoais dos legisladores, se bem que nesse caso é quase a mesma coisa) é a culpa é do Judiciário, que em sua grande maioria foi indicada pelo próprio PT?
Quanto à mídia, está certo que nos Estados Unidos ela é considerada o quarto poder, mas para mostrar o incêndio, hay que tener fogo, ou não?