Hoje o Papa Francisco esta em Aparecida do Norte, para a sua
primeira aparição, como Papa, na
Casa da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.
Hoje milhares de fiéis em regozijo total estarão saudando a
vinda de um homem que tem por missão dirigir o destino de milhões de católicos em todo o mundo.
Hoje a fé será o lenitivo para todas as dores e
desesperanças de um povo tão sofrido.
Hoje a fé provocará o esquecimento momentâneo da falta de
comida, da falta de saúde, de educação e transportes decentes.
Hoje, talvez, até os manifestantes e suas justíssimas reivindicações
resolvam guardar um silêncio respeitoso.
Hoje, até mesmo a música e o futebol, duas das maiores paixões brasileiras, sejam
colocadas de lado.
Quem sabe, talvez por tudo isso, Deus tenha resolvido
discretamente chamar para o seu convívio, dois dos mais puros representantes dessas paixões.
Lá de cima, ao lado de Deus, recebendo as justas homenagens
pela chegada, estão Djalma Santos e Dominguinhos.
Um colocava os adversários a “bailar” com a sua destreza
absoluta na condução da bola, o outro, colocava todos nós para dançar os xotes, xaxados, baiões e forrós, dedilhados
com maestria genial no seu teclado de marfim e ébano.
Alma e coração abraçados a dançar
pelo salão da vida.
Um sanfoneiro e um boleiro. Um negro e um nordestino,
amálgama justa e precisa na formação de um povo que tem por DNA a fé e a paixão pela vida.
Hoje, o mestre Dominguinhos está de volta para o seu aconchego, levando
além da sua mala cheia de saudade, o amigo Djalma para reforçar o time do céu e desfilar pelos campos de nuvens todo o seu
talento.
O que tem tudo isso a ver com o Papa no Brasil?
Bom, isso eu não sei, mas uma coisa posso afirmar..
Hoje é dia de festa no céu.