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segunda-feira, 8 de março de 2010

O Caminha estava certo

" Porém a terra em si é de muitos bons ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem".

1 de maio de 1500 - Pero Vaz de Caminha

Caminha, bravo escriba da esquadra portuguesa de Pedro Alvares Cabral, com pouco mais de uma semana em nossas terras,já previa a vocação que o Brasil possuía para se transformar em um dos grandes provedores de alimentos do mundo.
Hoje, quase quinhentos e dez anos depois, o vaticínio mais uma vez é confirmado.
O Brasil acaba de se tornar o 3º maior exportador de produtos agrícolas do mundo. Com exportações na casa dos U$ 61,4 bilhões de dólares, derruba o Canadá que exportou U$ 54 bilhões para a quarta colocação, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da União Européia.E olha que isso não é pouco!
Com uma área territorial de 9.984.670 km², o Canada é a quarta maior área arável do mundo, perdendo apenas para a Rússia (17.075.400 km²), para a China (9.596.960 km²) e para os Estados Unidos (9.629.091 km²). O Brasil ocupa apenas a quinta posição no ranking, com uma área territorial de 8.514.876 km².
O crescimento das exportações agrícolas brasileiras, nos últimos oito anos, tem apresentado taxas surpreendentes - 18,6% contra 11,4% da União Européia e 8,4% dos Estados Unidos.
Muito desses resultados devem ser creditados ao brilhante trabalho de empresas como a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que com suas pesquisas tem tido um papel fundamental no aumento dos nossos índices de produtividade. Nos últimos vinte anos, o crescimento da produtividade brasileira suplantou em quase três vezes o crescimento das áreas plantadas.
A soja e a carne se tornaram os grandes vetores da expansão das exportações agropecuárias do Brasil.
Claro, que o aumento da demanda asiática e um cambio favorável ajudaram muito a nossa performance, mas acima de tudo (como anteviu Caminha), os chamados recursos naturais - a qualidade do solo, o clima e a água farta - fizeram a sua parte.

Um comentário:

  1. Imagine a sensibilidade e grau de observação dos escribas, escritores e autores, relatores de descobrimentos do século das navegações. Em poucas palavras, apesar do extenso e minucioso relato, foi possível a Caminha prever o futuro de tão ditosa terra. Pena que o ditosa fica por minha conta. Alguém sabe me dizer se o futuro já chegou? ;-)

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