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terça-feira, 27 de julho de 2010

A massa e o Massa

É da natureza humana buscar sempre uma referência para seguir.
Segmentos da sociedade, grupos, países e gerações, criam e cultuam seus ídolos, introjetando todas as suas esperanças, valores, ambições e até mesmo frustrações por objetivos próprios não alcançados.
Os ídolos passam à História como exemplos de comportamentos e atitudes, muitas vezes até ajudando a escrever a própria História.
Existiam ídolos que fizeram de seus conteúdos e exemplos de vida o passaporte para eternidade - Jesus Cristo, Gandi, Martin Luther King, Mandela.
Alguns por descobertas que mudaram o mundo - Da Vinci, Einstein, Sabin.
Outros por suas conquistas - Alexandre, César, Napoleão.
Nesse mundo midiático em que vivemos, aonde a celebridade é instantânea e fugaz, talvez a maior fonte geradora de ídolos esteja na categoria das profissões.
Nos cinemas e televisões, atores e atrizes atraem desejos e emoções, fazem chorar, sorrir, atraem a raiva e mudam comportamentos.
Na música, Presley, Beatles, Jackson, Stones, U2 e outros tantos, atraem multidões e se perpetuam através de gerações de fãs.
Mas, para nós brasileiros, o esporte sempre foi o maior forjador de ídolos conhecido.
Pelé, Senna, Oscar e Hortência, Kuerten, Cielo, a galeria é grande. Da mesma forma é grande também a obsessão por seus resultados, a ponto de transformar atletas em disputa de uma competição em guerreiros na defesa do orgulho nacional. É a "pátria de chuteiras"!
Ao fazermos isso nos esquecemos do princípio básico de qualquer esporte, do sentido olímpico da competição, onde competir bem é mais importante que vencer.
Esquecemos que antes de tudo nosso ídolo em luta nas arenas esportivas é um profissional e, como tal, tem para a empresa que o contratou uma série de deveres e obrigações. A empresa tem seus objetivos, que devem prevalecer sobre qualquer objetivo individual de seus contratados.
Tomemos como exemplo, ainda no setor esportivo, o caso de do centroavante de uma equipe de futebol que esteja em busca da artilharia do campeonato.
A sua equipe precisa vencer e o jogo está empatado. No último minuto da partida surge a oportunidade do gol salvador. Em vez de tocar a bola para um companheiro em condições excepcionais para marcar, ele tenta fazer a jogada, que o colocaria na artilharia, e perde o gol. A meta individual superou a coletiva e o objetivo da empresa não foi atingido.
Claro, estamos falando do Felipe Massa, sim!
Talentoso, grande brasileiro, mas que acima de tudo é um profissional de rara qualidade. Em um universo em que os egos crescem a 300 quilômetros por hora, Massa soube abdicar de seu desejo pessoal de vitória para atender o objetivo maior da Ferrari, o de ganhar o campeonato mundial.
Se existe alguma coisa errada em tudo isso certamente não é o profissional Felipe Massa. Ele cumpriu o seu contrato de trabalho, que sempre teve uma meta clara. Aliás, como em qualquer empresa, em qualquer profissão.
No mundo do automobilismo a torcida é pela equipe, que sempre conta para alcançar o sucesso com dois pilotos profissionais.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Indio por índio, eu preferia o Juruna.

Fico a imaginar em que tipo de planejamento de marketing político encaixa-se o vice candidato á presidência pelo PSDB, o deputado federal (DEM), Indio da Costa.

Dois meses atrás em uma lista de prováveis vices de Serra, que era encabeçada pelo governador de Minas Gerais Aécio Neves, Indio da Costa não apareceria entre os cem primeiros pré candidatos.

Jogo de búzios, cartomantes, astrólogos, tarôs, borras de café e chás, enfim, não importa a magia escolhida, nada ou ninguém acertaria essa escolha.
Nem mesmo o polvo da Copa do Mundo seria capaz de tal profecia.

Carregando consigo a sua juventude, mais todos os preciosos minutos de televisão do DEM, Indio da Costa tem se mostrado uma verdadeira metralhadora giratória ideológica, mandando seguidos projéteis para cima da candidata Dilma Roussef e do seu PT.

FARCS, narcotráfico, MST, a campanha trazida para o plano das ideologias - a luta do Bem contra o Mal, além de cheirar a mofo, pode não render bons dividendos para a campanha de Serra.

Coisas como "eles comem crianças" ou "ditadores do terceiro mundo" não aderem mais ao eleitorado. O discurso acadêmico também não.

Falar a língua do povo, verbalizar seus anseios e necessidades, é a grande vantagem do atual governo.

Olheiras de molho, caro Serra. O caminho que está sendo trilhado por Indio da Costa e a radicalização dos discursos pode afastar o PSDB do Planalto.

Indio por índio, em Brasília, eu preferia mesmo o Juruna.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

It´s only business!

"Negócios são negócios" - frase proferida pelo chanceler Celso Amorim, quando em visita com o presidente Lula ao Guiné Equatorial, país que é dirigido há mais de 31 anos pelo ditador Teodoro Objiang Mbsogo.

Essa foi a justificativa à imprensa e a comunidade internacional, pela atitude do Brasil em estabelecer parcerias comerciais com mais uma ditadura do mundo.

Na boca de Celso Amorim a frase adquiriu uma "leveza", um tom corriqueiro, como se fosse a normalidade das atitudes e procedimentos de qualquer outra grande nação.

Ah! Mas é claro! Negócios são assim mesmo. O importante é procurar novos mercados, novos consumidores, ampliar nossa participação no market share mundial. Crescimento a qualquer custo.

Parece que isso vale para tudo. De alimentos e matérias primas, até armas e munição.
Nesse último caso, podemos vender para os dois lados, dobrando nossas vendas, não?
Vamos fortalecer as ditaduras do mundo, afinal serão sempre clientes cativos.

De "lambuja", ainda damos uma demonstração clara para o mundo de como somos imparciais, sem preconceitos.

Grande frase ministro Amorim! Poderia usar também "...os fins justificam os meios", caberia igual, mas talvez sem a modernidade da sua.

No Quênia, o presidente Lula clamou aos quatro ventos pela democracia, mas no Guiné Equatorial...Mas para que a preocupação com esses detalhes, afinal, "it´s only business".