Qual terá sido a verdadeira intenção do capitão do Costa Concórdia, Francesco Schettino, ao passar com seu navio, de uma maneira tão imprudente, tão perto da costa italiana e da Ilha de Giglio?
Teria se rendido ao canto das sereias que habitavam as ilhas da Antiguidade nas histórias de Homero? Fazer um trajeto que nenhum outro comandante havia feito? Mostrar a sua superioridade ao desdenhar qualquer risco possível, confiando em toda a tecnologia a sua disposição?
Não deveria Schettino tomar a mesma atitude de Ulisses, que aconselhado pela deusa Circe, tampou os ouvidos e amarrou- se junto com seus homens aos mastros do navio para não serem seduzidos pelo canto mortal?
Na conhecida história de Homero, as sereias e seus cantos representavam a emoção se sobrepondo a razão, a magia que afastava os seres humanos da prudência, mãe de todas as virtudes.
Imprudência, excesso de confiança, desvario?
A imprensa corre atrás das respostas. Nas redes sociais as pessoas postam seus "achismos" como se fossem os mais experimentados engenheiros navais. Uma profusão de análises, gráficos e estudos são disponibilizados para a opinião pública.
Ao contrário do navio Costa Concórdia, a verdade vira a tona.
Por enquanto a história já tem seu bandido e seu herói.
O que se apressa em buscar sua salvação, contrariando o que se espera de um bom capitão, abandonando o navio no primeiro bote e, o verdadeiro herói, Manrico Giampedroni - chefe dos comissários - que foi resgatado 36 horas depois, com a perna fraturada, que segundo relatos participou de ativamente no auxílio e socorro de todos os passageiros.
Que todas as causas sejam apuradas com equilibrio e isenção. Que a lição seja aprendida. Que o conforto chegue a todos os corações que viveram essa experiência tão infeliz.
Que a Ilha do Giglio (Ilha dos Lírios) consiga voltar a sua normalidade, guardiã da costa de uma das mais belas regiões da Itália, a Toscana.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
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