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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A Força Pública do Serra

Será que se o governador do Distrito Federal José Arruda passasse a se chamar São Francisco de Assis, ele se desfaria de todas as suas riquezas terrenas e sairia distribuindo bondades pelo mundo?
Provavelmente não, afinal, quem nasceu para Ali Babá não perde nunca o gosto pelo butim - nem a companhia dos quarenta amigos.
Buscando a mesma linha de raciocínio,mas, não querendo semelhanças com o exemplo acima, a mudança do nome da Polícia Militar de São Paulo em Força Pública não fará dela um padrão de conduta e comportamento.
A Proposta de Emenda Constitucional, encaminhada à Assembleia Legislativa pelo governador José Serra, precisará mais que os dois terços de votos dos deputados para ser aprovada pela população. Necessitará de uma real mudança de postura e comportamento, tanto de seus componentes como do próprio governo.
Antes de tudo, uma avaliação profunda, que separe e exclua do seio da corporação, todos aqueles que não usarem os uniformes respeitando seus valores e princípios, preservando e garantindo os direitos do homem,do cidadão e da comunidade.
Treinamento, motivação e valorização são os passos seguintes. Uma remuneração apropriada, que permita viver com um mínimo de dignidade, sem a necessidade da carga extra dos chamados "bicos" ou, o que é pior, a conivência com o crime que eles mesmos deveriam coibir.
Aí talvez, possamos ter de volta aquela polícia, que os mais antigos - como eu - conheceram ainda sob o nome de Força Pública. Homens que faziam parte da comunidade em que estavam inseridos.
Uma nova polícia, respeitada pela população e conseguindo alcançar os mesmos padrões de admiração que seus irmãos bombeiros.
Mas para isso, a real força que esses policiais necessitam hoje é a força política, aquela que permite transformar e criar o novo. Aliás, a mesma força que tanto tem feito falta aos nossos professores - carentes, despreparados e desmotivados.
Atingindo esses objetivos o nome não será o mais importante. Quem sabe possamos chamá-la até de Força Amiga, ou até mesmo - Guarda Pública - ficando assim claro quem deveria ser o alvo da sua proteção.

2 comentários:

  1. Só para entrar no espírito: que tal passar a chamar a Dilma Russef de Teresa de Calcutá?

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  2. Além do que, a denominação "força pública" traz um resquício, no meu subconsciente, que o Serra deveria evitar. A dita, aquela, a dura... a ditadura.

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