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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Doutor Sócrates

Ontem, quando ele chegou no céu, Deus ficou preocupado. Tá certo que o time celestial tinha adquirido o passe de um dos maiores talentos que o futebol conheceu. Mas, e aquela coisa de democracia? Será que seria uma boa influência para as hordas dos anjos e querubins? Como ficaria ele, o sempre Todo Poderoso? Afinal, a teocracia desde o início dos tempos era o sistema vigente. Sei não, esse camarada ainda vai me dar trabalho aqui em cima...
Assim sempre viveu o Dotô. Para "causar", para fazer a diferença. Um físico, que assim como de outro gênio das pernas tortas, não fora feito para jogar futebol. Mas, um cérebro e uma alma que raríssimas vezes se viu pelos nossos gramados.
Deus resolveu levá-lo num domingo, mas, não em um domingo qualquer.
Escolheu um domingo que o Corinthians do Dotô jogava uma final de Campeonato Brasileiro.
Sócrates assistiu à partida lá de cima. Ao lado Dele. Criticou jogadas e substituições, pulou e sofreu como qualquer um de nós, mesmo já sabendo qual seria o resultado.
O acordo havia sido esse. A tristeza da sua partida deveria ser amenizada por uma grande alegria para toda a nação corintiana.
Assim, ao final do jogo, as lágrimas trocaram de sabor.
Aquela dorzinha que todos nós, corintianos, estávamos sentindo, explodiu em um grito uníssono de vitória.
Lá de cima, o Dotô abriu um sorriso largo. Deixara mais uma vez seu povo feliz.
O céu foi tingido de preto e branco para cobrir toda a alegria do povo.
Vai, Dotô, siga em paz para a sua nova caminhada. Aqui, nós te agradecemos por tudo o que você fez nos gramados e pela nossa política.
Imortalidade é aquilo que você deixa e não o tempo que você vive...

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