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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Hoje acordei diferente

Hoje acordei diferente.


Não sei se foi a lembrança de uma passagem especial de meus tempos de escola.
Estava no quarto ano primário (desculpem-me os mais novos, mas era assim na minha época) e a minha escola
participava de um concurso educacional que premiava aos melhores alunos qualificados por faixa escolar, com uma medalha e um diploma de mérito.
Até aí nada demais, mas o realmente era importante era a entrega do prêmio.
Um domingo, sessão solene no Cine Alvorada, pais e professores reunidos, com a presença dele... o herói de todos os garotos, o paladino da justiça, Bat Masterson.
Se existissem cartões de crédito naquele tempo, com certeza a frase seria “isso não tem preço”.
Receber a medalha das mãos de Bat Masterson, para um garoto daquela época, era como fazer um gol em final de copa do mundo.
E lá veio ele. Entrando pelo cinema a disparar seu revólver de cano curto, chapéu e bengala.
A medalha pendurada em meu peito que reluzia como uma estrela de xerife havia me transformado em parceiro do grande Bat Masterson, pronto para cavalgar ao seu lado em uma vida cheia de aventuras.
Não via a hora de chegar a casa de minha avó para o almoço do domingo.. Com toda a família reunida, eu, peito aberto a desfilar, para inveja de todos os meus primos, a medalha do Bat Masterson.

Hoje acordei diferente.

Assim como na lembrança, hoje não via a hora de ganhar a rua em um desfile interior. Peito e cabeça erguidos, todo prosa e pronto para despertar a inveja de muitos. Sol invernal, a rua coberta com cores brilhantes e matizes das mais diversas.

Hoje acordei diferente.

Apesar de todas as cores da vida, hoje acordei em preto e branco.

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