Estamos a praticamente oito dias da eleição de segundo turno na capital paulista.
Os estandartes na liça continuam os mesmos de sempre - PT e PSDB - respectivamente representados por Fernando Haddad e José Serra.
Mas talvez a grande demonstração de mudanças não tenha sido a meteórica aparição de Celso Russomano, os respingos do mensalão, ou o vou não vou da Marta. Foi a quantidade de votos brancos e nulos dedilhados nas urnas eletrônicas.
A guerra do primeiro turno trouxe um dos mais expressivos Índices de brancos/nulos em uma eleição para prefeito de São Paulo - 2,4 milhões de votos.
Levando-se em conta que José Serra teve 1,8 milhões de votos e Fernando Haddad 1,7 milhões, podemos dizer que o escolhido pela população para ser o novo prefeito de São Paulo foi a dupla brancos e nulos.
Cristalina e transparente indicação de que a população está dando um basta, um “estou de saco cheio de ser obrigado a votar em que não acredito”.
Não levo em consideração o fato de o voto obrigatório ser uma coisa indigesta para a grande maioria dos brasileiros. Não, não é esse o ponto.
A questão que se coloca é a do imenso desgaste e descrédito que a classe política e os partidos tem enfrentado. A falta de novos líderes, pessoas em quem se possa confiar.
Até mesmo o rouba mais faz sumiu de cena. Hoje vivemos o tempo do rouba e não faz.
Sendo o voto a maior manifestação dos desejos da sociedade, a resposta está dada.
Aos que defendem o tal do voto útil, o encaminhamento de votos que pode conduzir o candidato A ou B para a vitória, ou acusam de omissão aos que resolvem não escolher nenhum dos pratos feitos colocados à disposição fica a lição.
Quantas vezes vimos o candidato vitorioso manifestar-se dizendo em alto e bom som o número de votos que o elegeram, confundindo o raciocínio dos mais incautos?
Quantos foram os eleitores que acreditam no candidato e quantos lhe dedicaram o voto por falta de uma opção melhor ou por o considerarem o “menos pior”?
A maioria de brancos e nulos é a exata demonstração do desejo das urnas. É a expressão máxima da verdade popular.
Para utilizarmos a terminologia específica, em uma situação dessas, até o voto inútil é útil.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
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