Decisão tomada , a permanência na liderança do partido, conversa de pé de orelha com o presidente, um companheiro de mais de 30 anos como você mesmo discursou. Será?
Senão vejamos.
Primeiro, a atitude de se opor as diretrizes do partido, ao discursar contra o arquivamento dos processos de Sarney, ao mesmo tempo que agradava uma ala dissidente do PT, colocava contra a sua pessoa todos os membros fieis às ordens partidárias.
Depois foi a revogação do irrevogável. Com isso, quem estava a favor ficou contra. Já quem estava contra, não se unirá mais em torno de sua provável candidatura.
No primeiro caso, dava uma demonstração inequívoca de que ainda existia nos quadros do PT, pessoas com a sensibilidade necessária para representar os interesses da grande maioria da população brasileira.Poderia até, em caso extremo, abandonar as fileiras do partido, sendo recebido como herói pelos partidos da oposição. E o que melhor, em paz com a sua consciência.
Com a atitude tomada, certamente tornou suas chances de ser eleito candidato pelo PT a reeleição muito pequenas. Como também tornou difícil sua aceitação por um outro partido de expressão. Afinal, a fraqueza demonstrada pela sua rendição, deixa no ar um certo aroma de covardia.
Dizer que é um soldado do partido, que não abandona um companheiro na luta, são expressões que soam um pouco antigas e sem sentido nesse caso.
Escolher um partido é comungar ideais. Se os ideais se tornam divergentes, ou usamos o nosso peso político para que o partido retorne ao caminho certo, ou partimos em busca de um novo espaço de trabalho.
Fidelidade é uma avenida de duas mãos.