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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Os intelectuais e o MST

A matéria publicada sábado passado pelo Estado de São Paulo, com o título de "Intelectuais fazem manifesto contra CPI do MST", é para deixar qualquer um abismado.
A divulgação de um manifesto, assinado por intelectuais brasileiros e do exterior, em defesa do MST - Movimento dos Sem Terra e contrário a CPI, nos faz pensar com quais valores e em que mundo passamos a viver.
Nada contra o justo direito a uma vida digna, a ter o que plantar e comer, a educação e saúde, as oportunidades, que a grande maioria do nosso povo necessita e merece. A discussão aqui é quanto a forma, não o mérito.
Nomes como o do escritor Luiz Fernando Veríssimo, assinam um documento, cujo poder de análise de toda a situação é parcial e absolutamente míope.
Fazendo referência a criminosa invasão e destruição da fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, por integrantes do MST, o manifesto apresenta justificativas que não seriam aceitas em nenhum tribunal do mundo.
"....a derrubada de alguns pés de laranja.". Na verdade por alguns pés de laranja devemos entender 7.000! Isso, sem levar em consideração a destruição de equipamentos e instalações, roubo de motores e peças de tratores e caminhões, roubo de eletrodomésticos e objetos pessoais dos trabalhadores da propriedade. Cenas típicas da Idade Média, quando invasores ao derrotarem seus inimigos, arrasavam suas plantações, saqueando e roubando tudo o que fosse possível carregar.
Tudo "plenamente" justificado pela colocação no texto do documento, de que a "...titularidade das terras é contestada pelo INCRA e pela Justiça".
Mesmo que a Cutrale tivesse perdido a posse da terra - coisa que não ocorreu, isso daria o direito a invasão, saque e destruição cometidos pelas hordas do MST?
Tentar contrapor as imagens da invasão com a "...famílias que vivem em acampamentos precários, desejando produzir alimentos..", é tentar inverter a culpa. Quem é que colocou essas famílias nesses acampamentos, em busca de visibilidade e da pressão política? A quem elas estão servindo?
É essa a lição que devemos ensinar aos nossos filhos? Quando não conseguirem o que desejam é só tomar á força?
Quanto ao governo, é tarefa sua gerar trabalho, saúde e alimento para o seu povo. Cabe a ele cuidar do bem estar da população. A ele tem que ser dirigidas as cobranças. Cobranças dentro da lei e da ordem, não com a invasão e depredação das intalações do Congresso, como já foi feito anteriormente.
Qual seria a reação dos signatários do manifesto, se as suas casas fossem invadidas, seus móveis destruídos e seus bens roubados?
Não vivemos em uma ilha. A busca da igualdade social e do bem estar de todos, mais que uma aspiração social, deve ser o princípio dos governantes e de cada um de nós.
Tudo dentro da ordem, do respeito e da justiça.
Caso contrário, corremos o sério risco de alimentarmos o ódio, a ignorância e a total anarquia, que sempre acaba levando o mundo às guerras e a destruição.

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