Para muitos educadores, uma das melhores formas de se educar uma criança, é na base da demonstração, é dando o exemplo.
Através da observação das atitudes e procedimentos dos adultos, a criança vai aprendendo a construir o seu próprio conjunto de valores, que vai servir de norte para a sua vida adulta.
Isso talvez explique a situação em que se encontra a UNE - União Nacional dos Estudantes.
Com um passado glorioso, na defesa e luta pela liberdade democrática brasileira, vê-se hoje, imersa em uma barafunda de convênios fraudados, recursos públicos desviados e orçamentos forjados.
E para mostrar como esses meninos aprendem rápido, a lista não para aí. Dinheiro público recebido sem comprovação de gastos, extravio de notas fiscais e extratos bancários, concorrências com orçamento de empresas fantasmas e a não entrega das prestações de contas, completam a "lição de casa".
Segundo o Minstério da Cultura, dos convênios assinados com a UNE, pelo menos nove-totalizando R$ 2,9 milhões, estão irregulares.
Parece que ao buscar a parceria e o sustento do governo federal - esquecendo suas próprias origens, a UNE acabou fazendo um supletivo de trambiques e maracutaias.
É impossível não reconhecer a "cara do pai", dos seus usos e costumes, nessa nova UNE que aí está.
Anos de desmandos, corrupção, chantagens econômicas, desvio de verbas públicas e impunidade total - de vários governos, acabaram por ensinar nossos meninos. É a "Lei de Gerson" elevada à décima potência.
Com isso, aquele espírito combativo, guerreiro e contestador, deu lugar a uma entidade sem ideais - uma "vendedora de carteirinhas".
O nosso jovem de repente ficou velho. Não um velho sábio, cheio de ensinamentos e conselhos. A UNE quando se olha no espelho, só consegue ver refletida a imagem de tudo aquilo que ela sempre condenou.
É mais uma vez a história do exemplo.
Aqueles que, em seu nome, combatiam nas ruas e na clandestinidade, hoje estão no poder. Corrompendo e sendo corrompido. Agentes à serviço dos mesmos senhores contra quem sempre lutaram - o poder e a ganância.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
As maracutaias da UNE
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quarta-feira, 25 de novembro de 2009
O tribunal do Meio Ambiente
O mínimo que podemos dizer da entrevista de Adolfo Pérez Esquivel, nas páginas amarelas da Veja dessa semana, é que provoca uma inquietante reflexão.
Ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1980, Esquivel apresenta uma proposta radical para o combate aos crimes ambientais - o submetimento dos responsáveis ao Tribunal Penal Internacional de Haia.
Na defesa da sua proposta, Esquivel pondera que os genocídios, assassinatos comedidos por ditaduras, crimes de guerra e a destruição da natureza, são delitos de igual gravidade e passíveis de iguais punições.
Realmente, considerando-se o fim e não o meio, Esquivel está correto. A morte é sempre o resultado final.
A natureza destruída tem como consequência a destruição do próprio homem. A diferença está no tempo.
Enquanto as guerras e genocídios destroem o presente, os crimes contra o meio ambiente eliminam o futuro.
Como um recurso de comparação, nas duas grandes guerras mundiais - os dois maiores conflitos da história humana, perto de 100 milhões de pessoas perderam a vida.
Hoje, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO),1 bilhão de pessoas, um número 10 vezes maior do que as perdas nas guerras, estão nos corredores da morte pela fome absoluta.
Tudo uma questão de tempo, a sentença já foi passada.
Podemos dar as costas a essa realidade, como se isso fizesse parte de um outro mundo, diferente do nosso?
Alimento, água e ar são a gênese da vida humana. Contribuir para a sua destruição é contribuir para a extinção do homem.
Claro que a proposta de Esquivel possui pontos delicados e perigosos, que podem levar a conflitos gigantescos. Muitos dos chamados crimes ambientais contam com o beneplácito dos países e seus governantes.
Qual seria a reação de nações como os Estados Unidos e China - sabidamente dois dos maiores poluidores do mundo, ao serem levadas aos bancos dos réus?
A preservação do meio ambiente tem que estar sempre em primeiro lugar.Não adianta apenas punir quem a destruiu. O mal já estará feito. Executar um assassino que matou uma pessoa, só dobra o número dos mortos.
Precisamos que as tentativas(fracassadas) de Kyoto e as possíveis discussões da reunião de Copenhague, resultem em leis e não acordos
Leis que sejam respeitadas por todas as nações do mundo. Leis que sejam cumpridas,independente do tamanho ou força de cada país.
Só assim fará sentido estabelecer um tribunal internacional, que poderá controlar o cumprimento das leis, coibindo qualquer desvio no seu começo.
Em anexo, um link para um clip do Michael Jackson chamado "Earth Song".
Mais do que nunca atual e oportuno.
http://www.youtube. com/watch? v=oJEqJ9yALx8
Ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1980, Esquivel apresenta uma proposta radical para o combate aos crimes ambientais - o submetimento dos responsáveis ao Tribunal Penal Internacional de Haia.
Na defesa da sua proposta, Esquivel pondera que os genocídios, assassinatos comedidos por ditaduras, crimes de guerra e a destruição da natureza, são delitos de igual gravidade e passíveis de iguais punições.
Realmente, considerando-se o fim e não o meio, Esquivel está correto. A morte é sempre o resultado final.
A natureza destruída tem como consequência a destruição do próprio homem. A diferença está no tempo.
Enquanto as guerras e genocídios destroem o presente, os crimes contra o meio ambiente eliminam o futuro.
Como um recurso de comparação, nas duas grandes guerras mundiais - os dois maiores conflitos da história humana, perto de 100 milhões de pessoas perderam a vida.
Hoje, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO),1 bilhão de pessoas, um número 10 vezes maior do que as perdas nas guerras, estão nos corredores da morte pela fome absoluta.
Tudo uma questão de tempo, a sentença já foi passada.
Podemos dar as costas a essa realidade, como se isso fizesse parte de um outro mundo, diferente do nosso?
Alimento, água e ar são a gênese da vida humana. Contribuir para a sua destruição é contribuir para a extinção do homem.
Claro que a proposta de Esquivel possui pontos delicados e perigosos, que podem levar a conflitos gigantescos. Muitos dos chamados crimes ambientais contam com o beneplácito dos países e seus governantes.
Qual seria a reação de nações como os Estados Unidos e China - sabidamente dois dos maiores poluidores do mundo, ao serem levadas aos bancos dos réus?
A preservação do meio ambiente tem que estar sempre em primeiro lugar.Não adianta apenas punir quem a destruiu. O mal já estará feito. Executar um assassino que matou uma pessoa, só dobra o número dos mortos.
Precisamos que as tentativas(fracassadas) de Kyoto e as possíveis discussões da reunião de Copenhague, resultem em leis e não acordos
Leis que sejam respeitadas por todas as nações do mundo. Leis que sejam cumpridas,independente do tamanho ou força de cada país.
Só assim fará sentido estabelecer um tribunal internacional, que poderá controlar o cumprimento das leis, coibindo qualquer desvio no seu começo.
Em anexo, um link para um clip do Michael Jackson chamado "Earth Song".
Mais do que nunca atual e oportuno.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Professores e alunos,o início de tudo.
Em um concurso de misses,9 entre 10 candidatas, ao chegarem na parte das entrevistas pessoais, ao serem inquiridas sobre qual seria o desejo para a humanidade, responderiam " um mundo mais justo, sem guerras e sem fome".
Como estamos às vésperas das eleições, podemos apostar também, que 10 entre 10 candidatos, colocarão Educação, Saúde e Segurança, como suas plataformas básicas.
Mas,será que um dia, essas três plataformas deixarão de ser "desejos de misses" e passarão a ser tratadas com a devida determinação pelos eleitos?
Essa semana - em competente matéria do Valor Econômico, apontando a guerra entre o PT e o PSDB - com clara conotação eleitoral, sobre o uso de livros e apostilas na educação pública,pudemos, mais uma vez, constatar como continuamos a nos preocupar com o fim, esquecendo os meios.
De um lado da questão está o MEC, defendendo a sua distribuição gratuita de livros didáticos para alunos da rede pública. Do outro, estados e municípios capitaneados por São Paulo, na defesa do uso e compra dos sistemas particulares de ensino - pacotes contendo apostilas, programação de aulas e treinamento de professores e funcionários.
Ambos com argumentos fortíssimos na defesa de seus pontos de vista,como:
O preço do pacote de apostilas varia entre R$ 150 a R$ 300, contra R$ 18 dos livros do MEC.
Os alunos da rede pública podem estudar com a mesma metodologia de ensino dos alunos das escolas particulares.
As apostilas limitam a autonomia intelectual e pedagógica dos professores.
Como as compras dos sistemas são de exclusivo arbítrio de cada município,favorecendo o surgimento das tradicionais comissões e apoios financeiros às campanhas políticas.
Cada prefeito eleito pode trocar o fornecedor dos sistema, o que acarreta em transtornos no aprendizado dos alunos.
Como é possível notar, as "verdades" frequentam ora um lado ora outro.
Mas, qual parte da história está sendo esquecida, quando se leva em conta todas essas soluções?
A fundamental.
Nada disso terá resultado, se lá no começo do processo, não tivermos um professor preparado e motivado para ensinar e, alunos com as mínimas condições de aprender.
Quando Maria do Pilar - secretária de Educação Básica do MEC, afirma "...os professores não precisam de muletas para dar aulas. Eles precisam de autonomia, não da tutela de terceiros..", demonstra o quanto estamos longe da solução.
Cara secretária, o que os professores precisam é de cursos que melhorem a sua formação. Salários que garantam uma vida decente. Tempo para poderem estudar e preparar melhor suas aulas. Apoio e iniciativas que os permitam enxergar um futuro na carreira que abraçaram. E, principalmente, dignidade e respeito há muito esquecidos.
Quanto aos alunos, é muito difícil aprender se você tem fome, se a sua saúde é precária. Se você é obrigado a trocar a sua infância pela ajuda no sustento da casa.Se na sua própria escola você convive com a insegurança e os vícios.
É nesse ajuste que se começa a resolver a educação das nossas crianças e adolescentes.
Hoje se discute livros e apostilas, mas logo, a discussão será sobre o computador e o digital.Continuaremos a esquecer o principal?
Precisamos colocar todos os nossos esforços na solução desse real e inadiável problema.
Planos e projetos eleitoreiros não resolvem. É preciso foco e determinação política, para eliminar a causa de origem.
Abaixo as cotas universitárias para minorias. Há muito tempo as minorias já são a maioria do nosso país.
Não adianta tentar consertar na faculdade, o estrago de toda uma vida escolar. Se o trabalho for bem feito na base, as cotas deixarão de existir.
É um tremendo engano imaginar, que o aluno que não tiver uma boa base escolar, possa estar na faculdade - bem como na vida profissional, competindo em igualdade de condições, com os que tiveram escolas e professores adequados.
Vamos acertar o começo, evitando o final já bastante conhecido.
Como estamos às vésperas das eleições, podemos apostar também, que 10 entre 10 candidatos, colocarão Educação, Saúde e Segurança, como suas plataformas básicas.
Mas,será que um dia, essas três plataformas deixarão de ser "desejos de misses" e passarão a ser tratadas com a devida determinação pelos eleitos?
Essa semana - em competente matéria do Valor Econômico, apontando a guerra entre o PT e o PSDB - com clara conotação eleitoral, sobre o uso de livros e apostilas na educação pública,pudemos, mais uma vez, constatar como continuamos a nos preocupar com o fim, esquecendo os meios.
De um lado da questão está o MEC, defendendo a sua distribuição gratuita de livros didáticos para alunos da rede pública. Do outro, estados e municípios capitaneados por São Paulo, na defesa do uso e compra dos sistemas particulares de ensino - pacotes contendo apostilas, programação de aulas e treinamento de professores e funcionários.
Ambos com argumentos fortíssimos na defesa de seus pontos de vista,como:
O preço do pacote de apostilas varia entre R$ 150 a R$ 300, contra R$ 18 dos livros do MEC.
Os alunos da rede pública podem estudar com a mesma metodologia de ensino dos alunos das escolas particulares.
As apostilas limitam a autonomia intelectual e pedagógica dos professores.
Como as compras dos sistemas são de exclusivo arbítrio de cada município,favorecendo o surgimento das tradicionais comissões e apoios financeiros às campanhas políticas.
Cada prefeito eleito pode trocar o fornecedor dos sistema, o que acarreta em transtornos no aprendizado dos alunos.
Como é possível notar, as "verdades" frequentam ora um lado ora outro.
Mas, qual parte da história está sendo esquecida, quando se leva em conta todas essas soluções?
A fundamental.
Nada disso terá resultado, se lá no começo do processo, não tivermos um professor preparado e motivado para ensinar e, alunos com as mínimas condições de aprender.
Quando Maria do Pilar - secretária de Educação Básica do MEC, afirma "...os professores não precisam de muletas para dar aulas. Eles precisam de autonomia, não da tutela de terceiros..", demonstra o quanto estamos longe da solução.
Cara secretária, o que os professores precisam é de cursos que melhorem a sua formação. Salários que garantam uma vida decente. Tempo para poderem estudar e preparar melhor suas aulas. Apoio e iniciativas que os permitam enxergar um futuro na carreira que abraçaram. E, principalmente, dignidade e respeito há muito esquecidos.
Quanto aos alunos, é muito difícil aprender se você tem fome, se a sua saúde é precária. Se você é obrigado a trocar a sua infância pela ajuda no sustento da casa.Se na sua própria escola você convive com a insegurança e os vícios.
É nesse ajuste que se começa a resolver a educação das nossas crianças e adolescentes.
Hoje se discute livros e apostilas, mas logo, a discussão será sobre o computador e o digital.Continuaremos a esquecer o principal?
Precisamos colocar todos os nossos esforços na solução desse real e inadiável problema.
Planos e projetos eleitoreiros não resolvem. É preciso foco e determinação política, para eliminar a causa de origem.
Abaixo as cotas universitárias para minorias. Há muito tempo as minorias já são a maioria do nosso país.
Não adianta tentar consertar na faculdade, o estrago de toda uma vida escolar. Se o trabalho for bem feito na base, as cotas deixarão de existir.
É um tremendo engano imaginar, que o aluno que não tiver uma boa base escolar, possa estar na faculdade - bem como na vida profissional, competindo em igualdade de condições, com os que tiveram escolas e professores adequados.
Vamos acertar o começo, evitando o final já bastante conhecido.
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A Soberba e a Necessidade
A soberba e a necessidade se uniram para fazer naufragar a conferência de cúpula de Copenhague.
Os Estados Unidos e a China - os maiores poluidores do mundo,costuraram um acordo,às pressas, no Fórum da Cooperação Econômica Ásia - Pacífico - APEC, contando com a anuência de outros vinte países.
Os americanos, mais conhecidos por impor limites, do que de seguí-los, já haviam demonstrado quando da assinatura do Protocolo de Kyoto, qual sempre foi a sua linha de pensamento e conduta.
A China, com a sua necessidade gigantesca de gerar desenvolvimento interno, sabe que qualquer restrição maior, poderia lançar por terra seu projeto de crescimento.
O chamado acordo "politicamente vinculante" é mais uma empurrada com a barriga no processo de estabelecer os limites de redução de emissões. Protela para o fim de 2010ou 2011, uma decisão que provavelmente será adiada uma outra vez.
Não adianta cobrar metas só dos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.
É fácil pedir para o governo brasileiro combater a derrubada de árvores, as queimadas e lutar pela preservação da Amazônia - o "pulmão" do mundo.
Isso é um remédio mais tranquilo para se aplicar do que usar. A solução só se dará com a contribuição de todos.
A natureza não separa o mundo por fronteiras. A preservação tem que ser coletiva.
Os Estados Unidos e a China - os maiores poluidores do mundo,costuraram um acordo,às pressas, no Fórum da Cooperação Econômica Ásia - Pacífico - APEC, contando com a anuência de outros vinte países.
Os americanos, mais conhecidos por impor limites, do que de seguí-los, já haviam demonstrado quando da assinatura do Protocolo de Kyoto, qual sempre foi a sua linha de pensamento e conduta.
A China, com a sua necessidade gigantesca de gerar desenvolvimento interno, sabe que qualquer restrição maior, poderia lançar por terra seu projeto de crescimento.
O chamado acordo "politicamente vinculante" é mais uma empurrada com a barriga no processo de estabelecer os limites de redução de emissões. Protela para o fim de 2010ou 2011, uma decisão que provavelmente será adiada uma outra vez.
Não adianta cobrar metas só dos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.
É fácil pedir para o governo brasileiro combater a derrubada de árvores, as queimadas e lutar pela preservação da Amazônia - o "pulmão" do mundo.
Isso é um remédio mais tranquilo para se aplicar do que usar. A solução só se dará com a contribuição de todos.
A natureza não separa o mundo por fronteiras. A preservação tem que ser coletiva.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Os Donos e os Bônus
Outro dia, em conversa bastante animada com um amigo - economista dos bons, discutíamos o terremoto que sacudiu o mundo.
Os bônus milionários pagos à executivos que praticamente quebraram suas instituições, a falta absoluta de salvaguardas e "polices" e, o retorno dos veteranos como Paul Volcker, ao comando da economia americana.
A volta de Vocker, mais do que trazer a experiência de quem atravessou as piores crises econômicas do século XX, mostra um caminho pelo compromisso.
E que fique bem claro.Compromisso é diferente de meta.
Compromisso é ter clareza com o futuro.É saber aonde deverá chegar o seu país ou empresa, dentro de um projeto longevo.
A mudança de critérios de avaliação, desempenho e resultado - surgidos nas últimas décadas, transformaram a história das empresas.
Paulatinamente foi se perdendo o que era costume chamar de "cultura da empresa".
Os donos e acionistas, na busca de melhores resultados, criaram uma armadilha para que eles próprios se tornassem reféns.
Os bônus e prêmios colocaram, no curto prazo, acionistas e executivos no mesmo lado do jogo - a busca por melhores resultados. Entretanto, ao mesmo tempo,geraram um abismo colossal quanto a idéia de futuro do negócio.
As premiações pelos resultados anuais, não levaram em conta a "Teoria do Coelho".
Se você quer que um coelho corra, basta fazer correr à frente dele uma bela cenoura.
Agora, se você quiser que ele corra muito, além da cenoura correndo na frente, coloque uma bem grande atrás.
Bricadeiras à parte, a diferença está no tempo.
O executivo passou a ser medido ano a ano. As premiações anuais podem promover riquezas imediatas.
Enquanto a empresa precisa de um bom resultado anual,para garantir a sua sobrevivência e os futuros investimentos, com apenas um ou dois anos o executivo resolve a sua vida.
E o que é melhor, sem risco nenhum. Bônus para o executivo e ônus para a empresa.
Altas apostas passaram a ser feitas. Todos os riscos, quando não era possível diluí-los, passaram a ser desprezados ou "mascarados".
O único compromisso passou a ser atingir a meta anual da companhia e garantir o bônus. Não importa a que preço. Afinal, era melhor garantir o U$ milhão agora, do que correr riscos em prazos ou objetivos maiores.
Não é possível contrariar a natureza humana. Ela sempre será egoísta e priorizará o curto prazo.
Para que possamos ter uma retomada a normalidade, buscar um crescimento sustentável e seguro, é preciso ressucitar antigos valores.
Mais do que nunca, o que o mundo está necessitando é de COMPROMISSO.
Os bônus milionários pagos à executivos que praticamente quebraram suas instituições, a falta absoluta de salvaguardas e "polices" e, o retorno dos veteranos como Paul Volcker, ao comando da economia americana.
A volta de Vocker, mais do que trazer a experiência de quem atravessou as piores crises econômicas do século XX, mostra um caminho pelo compromisso.
E que fique bem claro.Compromisso é diferente de meta.
Compromisso é ter clareza com o futuro.É saber aonde deverá chegar o seu país ou empresa, dentro de um projeto longevo.
A mudança de critérios de avaliação, desempenho e resultado - surgidos nas últimas décadas, transformaram a história das empresas.
Paulatinamente foi se perdendo o que era costume chamar de "cultura da empresa".
Os donos e acionistas, na busca de melhores resultados, criaram uma armadilha para que eles próprios se tornassem reféns.
Os bônus e prêmios colocaram, no curto prazo, acionistas e executivos no mesmo lado do jogo - a busca por melhores resultados. Entretanto, ao mesmo tempo,geraram um abismo colossal quanto a idéia de futuro do negócio.
As premiações pelos resultados anuais, não levaram em conta a "Teoria do Coelho".
Se você quer que um coelho corra, basta fazer correr à frente dele uma bela cenoura.
Agora, se você quiser que ele corra muito, além da cenoura correndo na frente, coloque uma bem grande atrás.
Bricadeiras à parte, a diferença está no tempo.
O executivo passou a ser medido ano a ano. As premiações anuais podem promover riquezas imediatas.
Enquanto a empresa precisa de um bom resultado anual,para garantir a sua sobrevivência e os futuros investimentos, com apenas um ou dois anos o executivo resolve a sua vida.
E o que é melhor, sem risco nenhum. Bônus para o executivo e ônus para a empresa.
Altas apostas passaram a ser feitas. Todos os riscos, quando não era possível diluí-los, passaram a ser desprezados ou "mascarados".
O único compromisso passou a ser atingir a meta anual da companhia e garantir o bônus. Não importa a que preço. Afinal, era melhor garantir o U$ milhão agora, do que correr riscos em prazos ou objetivos maiores.
Não é possível contrariar a natureza humana. Ela sempre será egoísta e priorizará o curto prazo.
Para que possamos ter uma retomada a normalidade, buscar um crescimento sustentável e seguro, é preciso ressucitar antigos valores.
Mais do que nunca, o que o mundo está necessitando é de COMPROMISSO.
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terça-feira, 3 de novembro de 2009
A China não é aqui
Apontada por alguns como o país que assumirá o comando do mundo e, por outros, como a grande ameaça para a economia mundial, a China segue como uma verdadeira incógnita para a maioria dos mortais.
Sentada em cima de uma reserva de mais de US$ 2 trilhões e com uma população de 1,3 bilhão de habitantes, tudo nessa economia é gigantesco. Porém, suas necessidades também são imensas.
A taxa de desemprego chinesa supera a marca de 4%, ou seja, 52 milhões de pessoas sem ter aonde trabalhar. É mais do que toda a população da Inglaterra
Não está computada nesses números, a população denominada de trabalhadores imigrantes.
São pequenos proprietários rurais, que por não terem como sobreviver de suas propriedades, deixam suas famílias com a terra e partem à procura de empregos temporários pelo país.
Os trabalhadores imigrantes já atingiram a casa dos 130 milhões de pessoas.
Sem nenhuma perspectiva de melhora, passam a vida a vagar pelas estradas e cidades chinesas. Um verdadeiro exército de desesperançados.
Para efeito de comparação, o efetivo dos dez maiores exércitos do mundo, não chega a 9 milhões de soldados.
A China, para manter a roda girando, precisa comprar muito, produzir muito e, principalmente, exportar muito.
E é justamente nas exportações chinesas, que reside o grande risco para países como o Brasil.
Enquanto do lado de cá, a estabilidade brasileira e o fluxo de investimentos internacionais, fazem com que o real se valorize a cada dia perante o dólar, a China mantém a sua moeda - o yuan, atrelada a uma taxa cambial fixa em relação a moeda americana.. Assim, cada vez que o dólar apresenta desvalorização em relação às principais moedas do mundo, o yuan também se desvaloriza.
Com isso, os produtos chineses se tornam muito mais baratos no mercado mundial. A China já está chegando inclusive ao requinte de conseguir reduzir seus preços em dólar. E, para ajudar um pouco mais, os encargos sobre os salários chineses são de 15%, enquanto no Brasil são da ordem de 100%.
Diante desse quadro, muitas empresas brasileiras estão preferindo importar produtos acabados, deixando para colocar aqui as suas marcas próprias.
Algumas delas já ensaiam os primeiros passos para instalarem suas fábricas na China. Dizem que o nosso aço exportado com base no dólar câmbio Brasil, fica muito mais barato comprado na China com dólar pelo câmbio local.
A equação - menos exportação, mais importação resulta sempre em desemprego. Pode ser também o início de um perigoso processo de desindustrialização brasileira.
Já passou da hora das nossas autoridades atacarem o problema pelo ângulo correto. Não é com taxas e restrições que vamos resolvê-lo.
Precisamos da reforma tributária. Nossas indústrias precisam ficar mais competitivas. Vamos aproveitar o câmbio chinês e importar máquinas e equipamentos. Vamos desonerar a folha de pagamento das empresas. Vamos estimular o aumento da produtividade com qualidade.
Essa é a verdadeira chave da vitória para nosso país e para a nossa indústria.
Produtividade com qualidade.
Sentada em cima de uma reserva de mais de US$ 2 trilhões e com uma população de 1,3 bilhão de habitantes, tudo nessa economia é gigantesco. Porém, suas necessidades também são imensas.
A taxa de desemprego chinesa supera a marca de 4%, ou seja, 52 milhões de pessoas sem ter aonde trabalhar. É mais do que toda a população da Inglaterra
Não está computada nesses números, a população denominada de trabalhadores imigrantes.
São pequenos proprietários rurais, que por não terem como sobreviver de suas propriedades, deixam suas famílias com a terra e partem à procura de empregos temporários pelo país.
Os trabalhadores imigrantes já atingiram a casa dos 130 milhões de pessoas.
Sem nenhuma perspectiva de melhora, passam a vida a vagar pelas estradas e cidades chinesas. Um verdadeiro exército de desesperançados.
Para efeito de comparação, o efetivo dos dez maiores exércitos do mundo, não chega a 9 milhões de soldados.
A China, para manter a roda girando, precisa comprar muito, produzir muito e, principalmente, exportar muito.
E é justamente nas exportações chinesas, que reside o grande risco para países como o Brasil.
Enquanto do lado de cá, a estabilidade brasileira e o fluxo de investimentos internacionais, fazem com que o real se valorize a cada dia perante o dólar, a China mantém a sua moeda - o yuan, atrelada a uma taxa cambial fixa em relação a moeda americana.. Assim, cada vez que o dólar apresenta desvalorização em relação às principais moedas do mundo, o yuan também se desvaloriza.
Com isso, os produtos chineses se tornam muito mais baratos no mercado mundial. A China já está chegando inclusive ao requinte de conseguir reduzir seus preços em dólar. E, para ajudar um pouco mais, os encargos sobre os salários chineses são de 15%, enquanto no Brasil são da ordem de 100%.
Diante desse quadro, muitas empresas brasileiras estão preferindo importar produtos acabados, deixando para colocar aqui as suas marcas próprias.
Algumas delas já ensaiam os primeiros passos para instalarem suas fábricas na China. Dizem que o nosso aço exportado com base no dólar câmbio Brasil, fica muito mais barato comprado na China com dólar pelo câmbio local.
A equação - menos exportação, mais importação resulta sempre em desemprego. Pode ser também o início de um perigoso processo de desindustrialização brasileira.
Já passou da hora das nossas autoridades atacarem o problema pelo ângulo correto. Não é com taxas e restrições que vamos resolvê-lo.
Precisamos da reforma tributária. Nossas indústrias precisam ficar mais competitivas. Vamos aproveitar o câmbio chinês e importar máquinas e equipamentos. Vamos desonerar a folha de pagamento das empresas. Vamos estimular o aumento da produtividade com qualidade.
Essa é a verdadeira chave da vitória para nosso país e para a nossa indústria.
Produtividade com qualidade.
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