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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O tribunal do Meio Ambiente

O mínimo que podemos dizer da entrevista de Adolfo Pérez Esquivel, nas páginas amarelas da Veja dessa semana, é que provoca uma inquietante reflexão.
Ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1980, Esquivel apresenta uma proposta radical para o combate aos crimes ambientais - o submetimento dos responsáveis ao Tribunal Penal Internacional de Haia.
Na defesa da sua proposta, Esquivel pondera que os genocídios, assassinatos comedidos por ditaduras, crimes de guerra e a destruição da natureza, são delitos de igual gravidade e passíveis de iguais punições.
Realmente, considerando-se o fim e não o meio, Esquivel está correto. A morte é sempre o resultado final.
A natureza destruída tem como consequência a destruição do próprio homem. A diferença está no tempo.
Enquanto as guerras e genocídios destroem o presente, os crimes contra o meio ambiente eliminam o futuro.
Como um recurso de comparação, nas duas grandes guerras mundiais - os dois maiores conflitos da história humana, perto de 100 milhões de pessoas perderam a vida.
Hoje, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO),1 bilhão de pessoas, um número 10 vezes maior do que as perdas nas guerras, estão nos corredores da morte pela fome absoluta.
Tudo uma questão de tempo, a sentença já foi passada.
Podemos dar as costas a essa realidade, como se isso fizesse parte de um outro mundo, diferente do nosso?
Alimento, água e ar são a gênese da vida humana. Contribuir para a sua destruição é contribuir para a extinção do homem.
Claro que a proposta de Esquivel possui pontos delicados e perigosos, que podem levar a conflitos gigantescos. Muitos dos chamados crimes ambientais contam com o beneplácito dos países e seus governantes.
Qual seria a reação de nações como os Estados Unidos e China - sabidamente dois dos maiores poluidores do mundo, ao serem levadas aos bancos dos réus?
A preservação do meio ambiente tem que estar sempre em primeiro lugar.Não adianta apenas punir quem a destruiu. O mal já estará feito. Executar um assassino que matou uma pessoa, só dobra o número dos mortos.
Precisamos que as tentativas(fracassadas) de Kyoto e as possíveis discussões da reunião de Copenhague, resultem em leis e não acordos
Leis que sejam respeitadas por todas as nações do mundo. Leis que sejam cumpridas,independente do tamanho ou força de cada país.
Só assim fará sentido estabelecer um tribunal internacional, que poderá controlar o cumprimento das leis, coibindo qualquer desvio no seu começo.

Em anexo, um link para um clip do Michael Jackson chamado "Earth Song".
Mais do que nunca atual e oportuno.

http://www.youtube. com/watch? v=oJEqJ9yALx8

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