Em um concurso de misses,9 entre 10 candidatas, ao chegarem na parte das entrevistas pessoais, ao serem inquiridas sobre qual seria o desejo para a humanidade, responderiam " um mundo mais justo, sem guerras e sem fome".
Como estamos às vésperas das eleições, podemos apostar também, que 10 entre 10 candidatos, colocarão Educação, Saúde e Segurança, como suas plataformas básicas.
Mas,será que um dia, essas três plataformas deixarão de ser "desejos de misses" e passarão a ser tratadas com a devida determinação pelos eleitos?
Essa semana - em competente matéria do Valor Econômico, apontando a guerra entre o PT e o PSDB - com clara conotação eleitoral, sobre o uso de livros e apostilas na educação pública,pudemos, mais uma vez, constatar como continuamos a nos preocupar com o fim, esquecendo os meios.
De um lado da questão está o MEC, defendendo a sua distribuição gratuita de livros didáticos para alunos da rede pública. Do outro, estados e municípios capitaneados por São Paulo, na defesa do uso e compra dos sistemas particulares de ensino - pacotes contendo apostilas, programação de aulas e treinamento de professores e funcionários.
Ambos com argumentos fortíssimos na defesa de seus pontos de vista,como:
O preço do pacote de apostilas varia entre R$ 150 a R$ 300, contra R$ 18 dos livros do MEC.
Os alunos da rede pública podem estudar com a mesma metodologia de ensino dos alunos das escolas particulares.
As apostilas limitam a autonomia intelectual e pedagógica dos professores.
Como as compras dos sistemas são de exclusivo arbítrio de cada município,favorecendo o surgimento das tradicionais comissões e apoios financeiros às campanhas políticas.
Cada prefeito eleito pode trocar o fornecedor dos sistema, o que acarreta em transtornos no aprendizado dos alunos.
Como é possível notar, as "verdades" frequentam ora um lado ora outro.
Mas, qual parte da história está sendo esquecida, quando se leva em conta todas essas soluções?
A fundamental.
Nada disso terá resultado, se lá no começo do processo, não tivermos um professor preparado e motivado para ensinar e, alunos com as mínimas condições de aprender.
Quando Maria do Pilar - secretária de Educação Básica do MEC, afirma "...os professores não precisam de muletas para dar aulas. Eles precisam de autonomia, não da tutela de terceiros..", demonstra o quanto estamos longe da solução.
Cara secretária, o que os professores precisam é de cursos que melhorem a sua formação. Salários que garantam uma vida decente. Tempo para poderem estudar e preparar melhor suas aulas. Apoio e iniciativas que os permitam enxergar um futuro na carreira que abraçaram. E, principalmente, dignidade e respeito há muito esquecidos.
Quanto aos alunos, é muito difícil aprender se você tem fome, se a sua saúde é precária. Se você é obrigado a trocar a sua infância pela ajuda no sustento da casa.Se na sua própria escola você convive com a insegurança e os vícios.
É nesse ajuste que se começa a resolver a educação das nossas crianças e adolescentes.
Hoje se discute livros e apostilas, mas logo, a discussão será sobre o computador e o digital.Continuaremos a esquecer o principal?
Precisamos colocar todos os nossos esforços na solução desse real e inadiável problema.
Planos e projetos eleitoreiros não resolvem. É preciso foco e determinação política, para eliminar a causa de origem.
Abaixo as cotas universitárias para minorias. Há muito tempo as minorias já são a maioria do nosso país.
Não adianta tentar consertar na faculdade, o estrago de toda uma vida escolar. Se o trabalho for bem feito na base, as cotas deixarão de existir.
É um tremendo engano imaginar, que o aluno que não tiver uma boa base escolar, possa estar na faculdade - bem como na vida profissional, competindo em igualdade de condições, com os que tiveram escolas e professores adequados.
Vamos acertar o começo, evitando o final já bastante conhecido.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Professores e alunos,o início de tudo.
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