"O Brasil é um país amarrado a uma legislação extensa, contraditória, esgarçada, sem visão de futuro e sem planejamento". Essa frase de Ozires Silva - publicada em matéria do jornal Economia Interativa - edição nº37, reflete muito da insatisfação desse brasileiro, com os entraves provocados pela burocracia, ao desenvolvimento do nosso país.
Ozires Silva pode falar de cátedra. Hoje reitor da universidade Unimonte, foi ministro da Infra Estrutura no governo Collor e fundador da Embraer, da qual foi presidente por duas vezes.
Como exemplo, Ozires fazia uma comparação entre a China e o Brasil, que hoje, mais do que nunca é pertinente.
"Em 1998 o governador Mario Covas lança o Rodoanel de São Paulo. Na mesma época os chineses lançavam o seu, para aliviar o trânsito em Pequim. Em 2.008, os chineses já tinham prontos seis rodoanéis"
E por aqui, o que encontramos?
Essa semana, a justiça paulista determinou que a concessionária CCR, administradora do Trecho Oeste do Rodoanel de São Paulo, deve suspender a cobrança de pagamento, nas 13 praças de pedágio.
A CCR, por sua vez, emite um comunicado nos principais jornais de São Paulo, declarando que o Tribunal de Justiça de São Paulo já havia suspendido uma liminar anterior, com parecer favorável a cobrança do pedágio, enquanto se aguarda o final da ação judicial.
A Concessionária alega que tem agido dentro das normas definidas em contrato assinado com o governo do Estado de São Paulo e com a agência reguladora.
Confirma ainda, que dos R$ 2 bilhões de reais parcelados que deve pagar pela outorga, já havia quitado R$ 1,225 bilhões.
Nessa mesma semana, mais especificamente ontem, a Justiça de Guarulhos determinou a paralisação imediata das obras e projetos relacionados ao Expresso Aeroporto e do trem de Guarulhos.
Segundo a promotoria, a CPTM - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos teria apresentado em seus estudos e relatório para obtenção da licença ambiental, falhas e vícios que não permitiam a análise da sua viabilidade para o meio ambiente.
Não quero aqui discutir os méritos das questões expostas , muito menos estabelecer qual lado deva vencer.
Trata-se de quem realmente perde enquanto durar o impasse.
E quem perde somos nós. Nós que temos que trafegar por estradas intransitáveis e perigosas.
Nós que podemos levar mais de três horas para chegar ao Aeroporto de Guarulhos, suportando um trânsito infernal e poluído.
É toda uma população que pode chegar ao seu trabalho e retornar as suas casas, de uma maneira mais rápida, a um custo menor.
O produto só é caro quando não entrega aquilo que promete.
O que é melhor, caminhos seguros de uma estrada bem conservada ou a aventura dos buracos e desníveis que ninguém enxerga?
Qual é o impacto ao meio ambiente gerado por milhares de carros parados a queimar petróleo?
Qual é o custo de tudo isso?
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Quando a lei não ajuda...
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