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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um acordo "paraguaio"...

Realmente o presidente Lula é um especialista na arte de girar o prato sem balançar a sopa que está dentro.
O caldo da vez são as pretensões do presidente paraguaio sobre o excedente da energia gerada por Itaipu, levando-se em conta que o consumo do Paraguai é de apenas 5% da geração.
Fernado Lugo teve como um dos pilares da sua eleição, a revisão do Tratado de Itaipu, com duas questões básicas: a revisão de valores cobrados e a possibilidade de vender livremente o excedente da sua cota de energia. Hoje, por força do tratado, todo o excedente deve ser vendido a Eletrobrás, pelo preço fixo de U$ 45 o megawatt/hora (MWh).
Com a matreirice que anos de negociações sindicais lhe conferiram, Lula resolveu a discussão entre o Ministério das Minas e Energia e o Itamarati. Liberou o Paraguai para vender a sua energia, de uma forma gradual, diretamente no mercado livre brasileiro.
Grande ato, pouco fato.
Claro, que é do conhecimento do nosso presidente, que para reformular o tratado de Itaipu, precisam ser alteradas duas leis importantes que lhe dão suporte ( lei 5.899 e a lei 10.438).
Isso exige consentimento do Congresso brasileiro, que precisa colocar em pauta e promover as alterações necessárias. Com todas as idas e vindas, apartes e "data venias", não deveremos ter isso em discussão antes das eleições presidenciais do ano que vem. Aí........
Um outro ponto, que talvez o presidente Lugo não tenha atentado, é o da oferta e procura.
A colocação do excedente de energia paraguaia no mercado livre brasileiro, pode gerar um quadro em que a oferta é muito maior que a demanda. Com isso os preços caem.O Paraguai pode acabar levando para casa um valor até menor do que hoje tem garantido.
Está parecendo, por todo o seu retrospecto, que o forte do presidente Lugo é "dar a luz" e não negociá-la!

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