O governo brasileiro deu mais uma demonstração, que em matéria de política externa, adora arrumar confusão.
A concessão do refúgio para o presidente deposto de Honduras - Manoel Zelaya, já foi um tremendo vacilo da diplomacia brasileira. Agora, autorizá-lo a transformar nossa embaixada em escritório político - com direito a discursos inflamados nas varandas da casa, é insano.
Uma coisa é o Brasil - assim como a ONU e toda a comunidade internacional, manifestar a sua posição contrária a arbitrária deposição e expulsão de Zelaya, a outra é a intromissão nos assuntos políticos internos de outro país, inclusive "favorecendo" os ataques verbais de Zelaya dentro do próprio território hondurenho.
Não podemos aceitar que nossos diplomatas envolvam nosso país em um conflito internacional.
Celso Amorim - ministro das Relações Exteriores, alegou que não sabia que Zelaya pretendia procurar abrigo na embaixada brasileira. Só tomou conhecimento, através do encarregado de negócios em Honduras, quando Zelaya já se encontrava dentro da embaixada.
Ora, custa acreditar que um encarregado de negócios pudesse, isoladamente, tomar a decisão de conceder o refúgio. Até mesmo para o subsecretário do ministério isso seria difícil. Ou nosso ministro está muito mal informado, ou a história não bate.
Agora, após a concessão do refúgio, cabe ao governo brasileiro estabelecer as regras de conduta para Zelaya. Deve proibir qualquer manifestação que coloque a situação institucional brasileira em risco.
Já se tem notícias de conflitos entre as forças do governo de Roberto Michelletti e apoiadores de Zelaya. Combates e saques pelas ruas da capital de Honduras já causaram a primeira morte.
Isso pode ser apenas o começo. A atitude da chancelaria brasileira envolveu nosso país em um conflito absolutamente desnecessário.
Que seja encontrada uma solução no menor espaço de tempo possível, para que mais vidas não se percam.
Como diz o ditado, quem quebrou que arrume.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Confusões da nossa política externa..
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